No âmbito da Modernização e Reestruturação dos Serviços Municipais, a Câmara Municipal de Vendas Novas, tem vindo a desenvolver um conjunto de projectos e acções tendentes a tornar a actividade e gestão municipal mais aberta e participada, próxima dos cidadãos, mas também mais confortável e atraente, projectando e qualificando o Município como agente de desenvolvimento.
A apresentação de uma “nova imagem” institucional do Município de Vendas Novas insere-se neste propósito.
Uma nova imagem institucional
Para o concelho e a cidade de Vendas Novas
Que estabeleça uma nova linguagem dinâmica
Preservando um constante diálogo
Com o brasão do município.
Uma articulação de complementaridades
Entre imagens e assinaturas transversais
Que definindo singularmente o seu próprio eixo de acção
Completem e sustentem a imagem global do concelho
Constituindo um todo uno Em que cada uma das parcelas
“funcione”
quer individualmente
quer agregadas
quer tomadas na sua totalidade
Um sistema de imagens e mensagens
que visam constituir um contributo específico mas efectivo
para que se reforce e alcance o objectivo geral
do Plano Estratégico de Desenvolvimento
“ajudar a transformar Vendas Novas
num Concelho cada vez mais
solidário, culto,
desenvolvido, competitivo,
atraente e melhor para viver”
Era uma vez…
Era uma vez…Vendas Novas
Era uma vez uma princesa…
Poderia ser a voz da nossa meninice
A avó contando-nos uma história de embalar
Ou poderia ainda ser parte do “poema à mãe” de Eugénio de Andrade,
Ele próprio trazendo à memória essa velha forma de narrar
“ainda oiço a tua voz:
era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal…”
mas, no caso de Vendas Novas houve, de facto, uma certa princesa que, quase sem querer, ajudou a decidir da sua existência, uma princesa que em razão do seu casamento com um príncipe do outro lado da fronteira, desencadeou a decisão de seu pai, el – rei D.João V, aqui mandar construir um Palácio Real para nele pernoitarem à ida para o Caia e na vinda de lá, a caminho de Lisboa.
Ou, melhor dizendo, duas princesas: D. João V foi levar D. Bárbara, noiva de D. Fernando VI de Espanha, e receber D. Mariana Vitória, noiva do futuro rei D. José I.
“Vendas Novas viveu duzentos anos uma vida apagada quase sem história. Até que um dia, como num conto de fadas, um rei, dito Magnânimo, mandou erguer, na charneca quase deserta, um palácio real…E tudo para que dois noivos reais – a princesa das Astúrias e o príncipe do Brasil – encontrassem na estrada a verdadeira pousada da felicidade.” (António Borges Coelho)
Tal facto veio a revelar-se decisivo quanto ao futuro, pois sedimentou, em definitivo, as condições para a afirmação da localidade, atribuindo-lhe existência no mapa de caminhos do país.
“Um facto ocorrido em 1728 muito concorreu para elevar a categoria desse tal lugarejo e atribuir-lhe uma importância doravante fundamental para a região.”
” Ali trabalharam dois mil operários, no palácio e na abertura de estradas de um lugar até então praticamente ermo.” (Dicionário Enciclopédico)
“A edificação do Palácio de Vendas Novas lembra o milagre das mil e uma noites”.(Gustavo Marques)
A decisão régia como que veio confirmar a justeza dos passos dos intrépidos caminhantes que pela primeira vez por ali atalharam caminho no sentido de mais rapidamente chegarem à Aldeia Galega ( Montijo.
O Palácio passou até a designar-se por Palácio das Passagens contribuindo decisivamente para o desenvolvimento das Vendas Novas.
Data de 16 de Dezembro de 1573 o aforamento a Francisco Gonçalves e a sua mulher Margarida para aí edificarem uma venda. É o mais antigo documento referente ao povoamento de Vendas Novas.
Segundo Severim de Faria “As Vendas Novas são edificadas modernamente no princípio do reinado de el-rei D. Sebastião”.
Em 4 de Março de 1610 um contrato atesta a construção da Estalagem Real de Vendas Novas pelos Filipes. Miguel Rodrigues ficava obrigado “a acabar toda a obra das ditas Vendas Novas que está por fazer”, conforme a traça do arquitecto Teodósio de Frias.
Nos finais do séc. XVII, a nova estrada suplantava a antiga nas comunicações com Montemor-o-Novo, Évora, Espanha.
Por essa estrada viajou em 1691 a rainha de Inglaterra Catarina de Bragança, pernoitando na estalagem de el-rei em Vendas Novas.
O registo das décimas da freguesia de Santo António do ano de 1699 referencia na agricultura 47 vizinhos num total de 56 ou cerca de 224 pessoas. Existiam então 4 estalagens.
Foi assim que as Vendas Novas nasceram, ganharam direito a existir e lentamente foram alcançando um outro estatuto…de umas novas vendas que começaram aparecendo na charneca deserta para servir os que seguiam por essa nova passagem, até se tornarem o que hoje são.
A 31 de Maio de 1829 teve lugar a primeira viagem, experimental, da carreira por carruagens de posta, Mala Posta, entre Aldeia Galega e Badajoz.
“No início do ano de 1845, a aldeia de Vendas Novas apresentava ainda uma primitiva fisionomia rural.”
A 27 de junho de 1849 foi tomada a decisão do primeiro aforamento colectivo “sabendo-se das vantagens para a agricultura e bem geral do país que resultavam de proporcionar aos naturais meios de desenvolver a sua indústria, povoando terras desertas, situadas entre a capital e as terras desta província atravessadas por uma estrada real por onde com dificuldade se fazem os transportes das tropas”.
Em 15 de Junho de 1858, foi inaugurada a linha férrea Barreiro-Bombel e no princípio de 1860, o troço Barreiro – Vendas Novas estava quase concluído.
O aforamento do Polígono para a criação da Escola Prática de Artilharia aconteceu em 16 de Agosto de 1860.
A instalação da primeira farmácia foi decidida a 22 de Maio de 1882.
No final do século XIX instalavam-se os 20 primeiros candeeiros a gás.
Vendas Novas ” baluarte republicano” foi elevada a vila em 1913, ainda integrada no concelho de Montemor.
Em 1921 a firma Borrego & Irmão instala uma fábrica de cortiça e em 1922 o primeiro depósito de gasolina, petróleo e óleo.
Em 1950 a vila continuava sem água ao domicílio, sem rede de distribuição de eletricidade, sem rede de esgotos.
Vendas Novas foi finalmente nomeado concelho rural de 3ª classe em 7 de Setembro de 1962 e acedeu a Cidade de Abril em 20 de Maio de 1993, culminando um longo processo de luta e afirmação identitária.
Uma passagem para o futuro aberta a pulso, conquistada passo a passo.
Que melhor forma de render homenagem a esses caminhantes e estalajadeiros, à decisão régia de aqui mandar erguer um palácio, aos mestres e operários que em tempo recorde o construíram, cerca de 1 ano, para estar pronto em tempo útil de modo a servir como local de estadia na passagem da comitiva real e da dita princesa.
Princesa (não no meio de um laranjal, apesar de por aqui haver muitos)mas, a caminho da fronteira, ao encontro de um príncipe que a esperava para com ela se casar…podemos pois até sonhar se Vendas Novas não será, ela própria, essa jovem princesa que decerto ajoelhou na Capela Real e viu o largo terreiro, então ainda deserto, onde hoje se situa o edifício da Câmara Municipal, o centro da vida política e social do concelho…
…era uma vez uma princesa…era uma vez Vendas Novas!
A escolha da Capela Real ou Palatina para logo institucional do Concelho deve-se à mesma lógica de argumentos atrás exposta mas, também, porque pensamos ser o mais belo elemento arquitectonico de todo o palácio.
Além do mais, segundo o que o pároco André Gomes Galego escreve em 1758, nela se mantinha um apreciado retábulo, oriundo da capela da demolida Estalagem Del-Rei, reunindo duas pinturas, uma de S. João de Deus e outra de S. António.
E, facto fundamental para a unidade da aldeia de Vendas Novas, em Janeiro de 1844 dá-se a transferência da Matriz da Igreja de Santo António para a Capela Real.
É, aliás, em Novembro de 1847 que se constitui um novo órgão “colegial”, a Junta de Paróquia, e já não apenas um juiz e um secretário.
A Capela Real foi, desde então e durante muitos anos (até 1969), a Igreja Matriz, sendo portanto local de culto, não só da família real, mas de toda a população.
Colada ao edifício da Câmara, reina, ainda hoje, sobranceira sobre o terreiro e constitui-se como um dos mais preservados edifícios concelhios, digno de ser visitado e que transporta Vendas Novas, do seu passado até à actualidade.
Será ainda o edifício que mais perto andará da sua traça original e o que melhor reflete a arquitectura alentejana…
daí o termos representado em azul, uma das cores que povoa o imaginário do Alentejo e do Sul, nos alizares das suas casas brancas, no imenso véu celestial abarcando a extensa planura, a linha curva do horizonte. O azul do céu e o azul da água que tão necessária é ao Alentejo e que aqui se encontra em extensos mantos, com duas ribeiras integrando as bacias hidrográficas do Tejo e do Sado.
Uma pincelada de azul que rende simultâneo tributo à sua beleza, à sua intemporalidade e à traça arquitectural da região em que se insere e onde, aliás, franqueia entrada como “Porta do Alentejo”.
O lettering surge em cinza para sublinhar o carácter institucional da imagem e estabelecer uma relação clássica com o azul do logo , aparecendo sempre em minúsculas, como que rente à planura em que Vendas Novas se inscreve e ao passado humilde que a define.
As maiúsculas V.N. reservámo-las apenas para o lettering que acompanha o brasão do Município.
O brasão e a bandeira do Município mantêm-se, obviamente inalterados, preservando as suas características.